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Segredos do dinheiro, dos juros e da inflação.

 

O dinheiro desempenha um grande papel nas nossas vidas e na sociedade. Quase tudo é determinado pelo dinheiro. É estranho que apenas poucos conheçam como se origina e desaparece o dinheiro.  

Rudo de Ruijter

   

 

A maior parte das pessoas vêm que o dinheiro se vai tornando menos valioso com o tempo, mas não sabe que isto é causado, em primeiro lugar, pelo próprio sistema monetário. Também a eterna busca do crescimento econômico e a sempre crescente pressão do trabalho nos países industrializados são provocados pelo sistema monetário. O dinheiro também pode servir para a opressão, como por exemplo nos países do Terceiro Mundo, ou ser motivo de guerras, como aquela contra o Iraque. Vejamos por partes:

1- Fazer dinheiro

Troca, uma necessidade primária

Cada pessoa precisa de produtos e serviços de outras pessoas. Elas utilizam dinheiro para efetuar trocas umas com as outras. Naturalmente, seria lindo se o dinheiro proporcionasse um meio de troca honesto. Mas isto não é o caso. O dinheiro perde valor ao longo do tempo.

O dinheiro não pertence ao Estado

A maior parte das pessoas acredita que o dinheiro é criado pelo Estado. Contudo, grande parte dos governos tem pouco ou nada a dizer acerca da oferta monetária do seu país. Os banqueiros assumiram o comando deste poder. Eles transformaram este meio de troca num modo lucrativo de cobrar impostos à população com a recolha do juro. Banqueiros recolhem juros permanentemente sobre quase todo o dinheiro do mundo.

O dinheiro é criado pelos bancos comerciais

Os bancos comerciais criam continuamente moeda para empréstimos. Eles fazem isso simplesmente teclando números nas contas bancárias de tomadores de empréstimos, os quais então gastam-nas como se fossem papel moeda real. Hoje a grande maioria de todo o dinheiro existe apenas como números em contas bancárias. De acordo com a lei, estes números têm o mesmo valor do papel moeda e das moedas metálicas.

É permitido a cada banco comercial que crie novo dinheiro desta forma. Nos bastidores, escondido dos olhos dos clientes, começa então o lucrativo malabarismo com o dinheiro de outras pessoas. De fato, as quantias que foram tecladas nas contas são comparáveis a cheques "carecas". O próprio banco não tem o dinheiro. Quando o tomador do empréstimo gasta a quantia teclada através do preenchimento de um cheque ou de uma ordem de pagamento, o banco utilizará o dinheiro de outras pessoas para pagá-lo. Desapercebidamente, este dinheiro é tirado das contas de depósito à ordem e à prazo de outros clientes. Você não percebe isso. Os números sobre as suas contas à ordem e a prazo permanecem imutáveis. E no momento em que você quiser dispor outra vez do seu dinheiro, haverá algum empréstimo que será pago outra vez ao banco, de modo que nunca saberá acerca disso. Em muitos países o mínimo de reservas que os bancos devem manter está fixado por lei. (Muitas vezes algo em torno dos 10 por cento). A maior parte das vezes estas reservas são mantidas pelo banco central do país.

Porque os bancos utilizam o dinheiro de outras pessoas para apoiar o novo dinheiro que eles emprestam, a quantidade de novo dinheiro que podem criar é limitada. Na prática, cerca de 90 por cento de todos o dinheiro depositado em contas à ordem e de poupança é utilizado como suporte do novo dinheiro.

Contudo, o dinheiro depositado em contas à ordem e de poupança também é dinheiro que em certo momento foi extraído do chapéu do banqueiro. Assim, novo "dinheiro criado a partir do nada" é suportado pelo já existente "dinheiro criado a partir do nada". Mas enquanto ninguém perceber, o malabarista obtém aplauso. Vamos dar uma olhadela às consequências.

O carrossel de empréstimos

O carrossel. Os empréstimos têm um efeito encoberto. Quando o tomador gasta o dinheiro, o receptor deposita-lo-á no seu banco. Este banco, graças a este depósito, pode emitir novos empréstimos. Estes empréstimos também serão gastos e tornar-se-ão depósitos num banco a seguir. E assim por diante. Naturalmente, a cada novo nível um banco recolhe juros. É um vasto carrossel de criação de dinheiro, o qual inflaciona a quantidade total de dinheiro no país.

Cada vez que empréstimos, emitidos por um banco, chegam como depósitos num banco a seguir, um novo ciclo de empréstimos pode começar. O esquema também se aplica quando o dinheiro de um empréstimo é gasto e retorna como depósito ao mesmo banco.

Se houvesse apenas um banco no país, rapidamente tornar-se-ia óbvio que este banco está a criar novo dinheiro continuamente através da emissão de empréstimos, e a recolher de volta como depósitos o dinheiro criado, emitindo novos empréstimos outra vez, a recolher de volta o dinheiro, e assim por diante.

Assim, o efeito do carrossel é que os bancos em conjunto criam mais empréstimos e recolhem mais juros o tempo todo. Isto inflaciona o stock de dinheiro muitas vezes. Mas será que nós, ou os bancos, ficamos mais ricos com isto?

Os bancos criam mais dinheiro, mas eles não criam magicamente mais bens para comprar. Quando as pessoas têm mais dinheiro, mas ainda há a mesma quantidade de coisas para comprar, os preços simplesmente ascenderão. Cada unidade de dinheiro torna-se menos valiosa. Isto é chamado inflação.

Assim, quando os bancos colocam mais dinheiro em circulação, o valor de cada unidade da moeda desce. E isto também é verdade para os juros que eles recolhem. Quanto eles emitem 10 vezes mais empréstimos e inflacionam o stock de moeda em 10 vezes, o juros que recolhem também valem 10 vezes menos.

A competição garante a inflação

A maior parte dos países tem apenas uma divisa oficial, mas múltiplos bancos comerciais a emitirem a moeda. E embora estes bancos em conjunto não fiquem muito mais ricos com o inflacionamento do stock de moeda, ainda assim ficam. A única razão para isto é a competição entre eles. Embora competição soe como coisa saudável, quando falamos acerca de empresas normais, a competição entre bancos significa emprestar tanto dinheiro quanto possível e assim maximizar a inflação.

Pois cada competição bancária é simplesmente uma batalha para recolher mais juros e aumentar a sua fatia de mercado e de lucros. O banco com o melhor resultado crescerá mais rapidamente do que os outros e, no longo prazo, será capaz de comer os seus competidores.

O fosso entre ricos e pobres

Nem todos podem tomar emprestado o dinheiro que quiserem. Ao emprestar dinheiro, os bancos exigem [garantias] colaterais que possam arrestar se o tomador falhar nos seus pagamentos. Pessoas que possuam suficiente garantia colateral podem obter empréstimos e investir facilmente. As grandes corporações pagam mesmo menos juros. A procura por garantias colaterais funciona como um alargamento contínuo do fosso entre ricos e pobres.

Para as sociedades, isto é um perigo permanente a assomar. Quando banco e não governos decidem acerca de empréstimos, os governos podem apenas tentar mascarar as rupturas sociais, mas não serão capazes de curá-las nem de impedi-las.

Empréstimos para investimento e consumo

Um efeito dos empréstimos que todos os tomadores conhecem demasiado bem é que o principal tem de ser pago de volta com juros. E empresário que toma emprestado para investimentos terá de gerar rendimento extra para pagar este juro. Empréstimos para investimento são não só uma vaca leiteira para os banqueiros como também contribuem para mais atividade econômica. Tornar disponíveis empréstimos para investimentos seria um papel útil dos bancos para a sociedade.

Em contra partida, empréstimos para os gastos de consumo normalmente não contribuem para mais consumo. É verdade que, graças ao crédito ao consumidor, a compra de um artigo verifica-se mais cedo. Contudo, esta vantagem é compensada por um período mais longo de poder de comprar diminuído do consumidor. O consumidor deve não só ganhar o dinheiro para a sua compra como também para o juro. Portanto ele comprará menos bens de consumo com os seus salários. Quando o consumidor paga o juro ao banco, apenas uma parte deste dinheiro será destinada a salários de empregados do banco e apenas uma parte destes salários serão gastos em bens de consumo. Assim, o crédito a bens de consumo ao invés disso leva a uma diminuição das compras totais de bens de consumo.

Para onde vai o dinheiro?

Depois de o tomador ter gasto o dinheiro do seu empréstimo torna-se imprevisível quantos possuidores sucessivos utilizarão este dinheiro. Alguém pode adquirir o dinheiro emprestado através da venda de um carro ao seu tomador. O vendedor pode então pagar o dinheiro como salários. O receptor do salário pode então utilizar o dinheiro para pagar o arrendamento da sua casa. De fato, assim que o dinheiro entra no grande pátio de recreio das transações entre pessoas, ele pode servir para todas as finalidades em que o utilizamos.

Durante o tempo de vida dos empréstimos, o dinheiro é transferido de banco para banco cada vez que os titulares da conta fazem pagamentos a titulares de conta em outros bancos. Para esta finalidade, o banco central mantém uma conta para cada banco e executa estas transferências.

Por vezes é mais prático utilizar papel moeda e moedas metálicas. No banco ou numa caixa automática multibanco alguém pode retirar dinheiro da sua conta. Quando ele é gasto, o receptor leva-lo-á para o seu banco, fará um depósito, e verá a quantia aparecer na sua conta. O dinheiro pode assumir a forma de cash ou números em contas bancárias. Para os pagamentos, não importa a forma que assuma.

Onde acaba o dinheiro?

O dinheiro acaba quando o tomar paga de volta ao banco o principal do empréstimo. Nesse momento o banco transfere dinheiro das contas de depósito dos tomadores para as suas contas de crédito. A conta de crédito mostrará que a dívida do tomador foi reduzida. O dinheiro entrou em existência pela colocação de números na conta do tomador e desvaneceu-se pela redução destes números.

O tomador do empréstimo também paga juros ao banco. Os juros não fazem parte do dinheiro que o banco creditou a este tomador. O tomador deve trabalhar e obtê-lo de outro dinheiro e circulação. (Por definição, este outro dinheiro faz parte do conjunto de todos os empréstimos por liquidar do país naquele momento.)

Assim, o tempo de vida do dinheiro finaliza quando os empréstimos finalizam. E se todos os empréstimos fossem reembolsados, não seria deixado qualquer dinheiro. Mas, por enquanto, há oceanos de dinheiro e sobre todo este dinheiro os bancos recolhem juros.

Não-banqueiros versus banqueiros

Na sociedade o dinheiro circula. O dinheiro chega a si quando produz ou faz coisas que os outros querem. O dinheiro afasta-se quando você compra coisas ou faz pessoas trabalharem para si. Finalmente você pode poupar algum dinheiro para mais tarde. Os banqueiros fazem isto de forma diferente. Eles simplesmente e permanentemente tomam algum dinheiro dos outros e gastam-no. Isto é baseado no princípio de que o dinheiro é deles, uma vez que foram eles que o criaram. Assim, os banqueiros consideram lógico terem direito a recolher a renda (rent). Na verdade, em alguns países este tributo é chamado "rente" (em inglês "interest"). E embora todos utilizem o dinheiro, o banco sempre cobra este tributo do primeiro utilizador, o tomador do empréstimo. Daqui a pouco veremos como os bancos fazem também os outros utilizadores pagarem.

Bancos não podem ser considerado como empresas comerciais comuns. Eles declararam-se proprietários de todo o dinheiro e fazem com a população paguem renda por ele.

Time-out

Quase todo o dinheiro é temporário. Empréstimos a finalizar têm de ser substituídos por novos empréstimos para manter o dinheiro em circulação. Os empréstimos começam em diferentes momentos e têm diferentes tempos de vida. Muitas vezes o tomador paga de volta uma parte do seu empréstimo a cada mês. Isto significa que cada quantia em circulação tem a sua própria data de maturidade ("time-out"), a qual é a data em que se prevê que o tomador o pague de volta.

A quantia total de dinheiro em circulação determina quanto dinheiro nós dispomos para as nossas transações e, no longo prazo, estabelece o nível geral de preços dos produtos e serviços.

Transações

Durante o seu tempo de vida o dinheiro é um meio para transações. Uma transição verifica-se quando duas partes consideram-na interessante. "A" considera o dinheiro que obtém mais interessante e "B" considera que o carro de segunda mão que está a comprar mais interessante. Verifica-se um intercâmbio. Agora "A" tem o dinheiro e "B" tem o carro e ambos sentem-se satisfeitos.

Transações podem incluir um pagamento por valor acrescentado. Quando um padeiro faz pão, ele acrescenta o seu trabalho à farinha, leite e fermento. O trabalho que ele faz representa valor acrescentado. Quando vende o pão a transição não é apenas uma troca de propriedade, mas inclui pagamento pelo valor acrescentado.

Por si própria, a quantia total das transações num país não dá qualquer indicação acerca do valor acrescentado, nem acerca do valor dos bens e serviços produzidos num país.
 

2- Inflação permanente

A inflação dos preços faz-nos perder valor no dinheiro que detemos. Ela pode flutuar um bocado ao longo do tempo. Muitas teorias econômicas apresentam explicações sobre as causas. Contudo, estas teorias explicam antes o aumento e reduções de preços entre produtos e serviços. Elas não explicam porque a inflação é permanente. A inflação permanente tem uma causa diferente. Vamos dar uma volta rápida através dos diferentes tipos de inflação. Mas, para começar, eliminaremos a confusão entre o Índice de Preços no Consumidor e inflação dos preços.

Índice de Preços no Consumidor e inflação dos preços

A inflação dos preços leva à insatisfação da população. É por isso que muitos países utilizam um Índice de Preços no Consumidor (IPC), o qual mostra números mais agradáveis. Assim, quando políticos ou responsáveis utilizam a palavra "inflação" eles muitas vezes referem-se a mudanças no Índice de Preços no Consumidor.

O índice é baseado na comparação anual de preço de um cabaz de produtos que uma família "média" precisaria. O conteúdo do cabaz varia de país para país, assim como as regras para o cálculo do índice. Um país pode incluir o custo da alimentação, combustível e habitação; um outro pode deixar estes custos de fora. Alguns países publicam as categorias de produtos que incluem no cabaz, mas os produtos exato habitualmente permanecem secretos. No entanto, alguns gabinetes de estatística revelam alguns dos truques que utilizam para conseguir índices simpáticos. Exemplo: eles mudam o conteúdo do cabaz periodicamente. Produtos que aumentam demasiado de preço são retirados e substituídos por outros mais baratos. Ou, quando o preço de um produto permanece estável, mas a qualidade melhora, eles contam a melhoria da qualidade como uma redução de preço. Assim, para o computador no seu cabaz, o Dutch Central Bureau for Statistics (CBS) conta uma redução de preço de 64 por cento entre 1998 e 2003! E assim diminui o índice!

Assim, o conteúdo do cabaz é ajustado periodicamente. A justificação é: "quando os preços ascendem, as famílias também ajustam as suas compras". E o que significa esta política para índice? Bem, desde que a família definida não pode gastar mais do que ganha, o aumento de preço do cabaz do índice é automaticamente limitado ao aumentos nos rendimentos. A família definida não pode pagar preços mais elevados.

A menos que indicado, neste artigo a expressão "inflação de preços" refere-se ao aumento real nos preços em todas as transações e não apenas de algum IPC. E neste artigo "inflação" significa, em primeiro lugar, o aumento do stock monetário. Dentro em breve examinaremos melhor este assunto.

Teoria da inflação pelos custos (Cost-push theory)

A teoria da inflação pelos custos diz que os aumentos dos custos são responsáveis pela inflação dos preços, como salários mais altos, aumentos nos preços de matérias-primas importadas ou aumentos de impostos sobre o consumo.

Teoria da inflação pela procura (Demand-pull theory)

A teoria da inflação pela procura diz que a inflação de preços surge quando a procura excede a oferta. A procura acrescida pode ser provocada por atividades de exportação, reduções fiscais ou crescimento da oferta monetária. Flutuações na procura também podem ocorrer, quando consumidores poupam mais dinheiro e, após algum tempo, começam a gastá-lo outra vez.

Expectativas auto-cumpridas

As expectativas quanto à inflação de preços também afetam a inflação real de preços. Industriais e comerciantes geralmente têm listas de preços, as quais são válidas por seis meses ou um ano. Eles têm de incluir uma percentagem para a inflação esperada. Isto imediatamente aumenta os preços, e assim contribui para a inflação real. O mesmo se passa quanto aos banqueiros. Quando eles emitem empréstimos, prevêem que os juros a serem obtidos em retorno ao longo do tempo serão reduzidos pela inflação, de modo que calculam uma margem extra. O custos extra dos juros contribui para a inflação real.

Aumento do stock monetário

Se as inflações pela procura e pelos custos se verificassem sem expansão do stock monetário, alguns preços ascenderam e outros baixariam. Contudo, vemos antes que alguns preços sobem mais depressa do que outros, mas raramente os preços abaixam. Isto acontece porque, ao longo do tempo, o stock monetário aumenta cada vez mais com os empréstimos por liquidar (outstanding loans). Isto é chamado a inflação monetária.

Figura 3. Ela naturalmente afeta os preços nas transações, mas nunca por igual. Praticamente, quando mais dinheiro fica disponível, este dinheiro extra cria espaço para aumentos de preço em cada transação sucessiva. Podemos presumir que quando outros fatores inflacionários estão em funcionamento em algum lugar, procura elevada por exemplo, o dinheiro extra levará ali a aumentos de preços extra.

A inflação monetária é a causa dos aumentos de preços gerais e permanente que percebemos no longo prazo. É a única inflação a levar em conta ao longo de anos e décadas.

Inflação, em primeiro lugar, refere-se ao inflacionamento do stock monetário. Isto conduz aos aumentos dos preços médios. Hoje também utilizamos a palavra "inflação" para o aumento dos preços. Mantenha em mente que quando o stock monetário cresce e, simultaneamente, a produtividade cresce, pode acontecer que os preços médios não aumentem ou aumentem menos rapidamente. O dinheiro disponível é disperso entre um grande número de produtos e serviços e isto ajuda a manter os preços baixos.
 

3- Bancos centrais precisam de inflação

Pode parecer que a inflação mantem-se naturalmente. Quando aumentam preços durante o tempo de vida de empréstimos, novos empréstimos devem financiar mais coisas caras e portanto têm de ser mais elevados. A qualquer momento a causa da inflação seria a própria inflação. Contudo, não é alguma espécie de "moto perpétuo" o responsável pela inflação e sim uma política clara e abertamente admitida dos banqueiros centrais. A inflação é uma componente do nosso sistema bancário.

Tal como exposto anteriormente, a competição entre bancos comerciais garante que eles emitirão a quantia máxima de empréstimos. Portanto, para inflação mais alta ou mais baixa o banco central precisa apenas aliviar ou endurecer a emissão de empréstimos.

O caminho melhor conhecido de os bancos centrais dirigirem a inflação é pela alteração das taxas de juro. Isto significa influenciar potencial tomadores de empréstimo. Nas palavras do Banco Central Holandês (Dutch Central Bank, DNB): "O juro atua como o pedal de aceleração e de travagem da economia. Com um aumento da taxa de juros, os preços diminuirão, ou pelo menos ascenderão menos rapidamente. Com uma diminuição da taxa de juros os preços ascenderão mais depressa".

Um modo de explicar é que quando a taxa de juros se torna mais alta, as pessoas tomarão menos emprestado. E quando menos empréstimos finalizados são substituídos por novos empréstimos, haverá menos dinheiro no país. Ao longo do tempo, você pode comprar mais com cada unidade de moeda. Preços mais baixos. Mas repare no que o DNB acrescentou: "ou pelo menos rapidamente". Aqui o banco central não tem intenção de ver os preços mais baixos. Neste caso, aparentemente, ainda se permite que o stock monetário cresça, mas apenas um pouco mais devagar.

Quando o banco central reduz a taxa de juros, a razão é clara: permitir mais empréstimos e permitir que a velocidade de crescimento do stock de moeda aumente. Naturalmente, as taxas de juros também atuam sobre as poupanças. Quando o juro sobre as poupanças é baixo, mais pessoas preferirão gastar o seu dinheiro.

Figura 3a. Os bancos centrais não podem dirigir a inflação sobre preços específicos, como os preços do pão, de bicicletas ou de máquinas. Ao invés disso eles dirigem a inflação monetária, o aumento do volume total de empréstimos. O dinheiro extra nunca se dissemina por igual através da economia. Ele ao contrário aumenta os efeitos de outros fatores, como elevar os custos ou elevar a procura.

Quando a economia não pode mais absorver a inflação e o dinheiro não se espalha suficientemente, ocorrem bolha. Então, massas cada vez maiores de dinheiro circulam por exemplo nos mercados de ações ou no mercado imobiliário, onde se ganha dinheiro ao forçar o aumento de preços. As empresas também são cada vez mais compradas e vendidas, como se elas fossem brinquedos financeiros.

Embora os bancos centrais admitam que a inflação é parte da sua política, eles de preferência avançam com razões econômica. Elas parecem plausíveis a maior parte das vezes e são enriquecidas com comentários de economistas e jornalistas. Contudo, a maior parte deles esquece, em primeiro lugar, que os bancos centrais precisam de inflação para si próprios.

Inflação: Os bancos centrais precisam de rendimento

Os bancos centrais obtiveram o poder de controlar o volume do stock monetário, ajustar inflação e juro, e ditar as regras para as instituições financeiras. Com este poder podem influenciar a economia. Eles obtiveram leis para reter este poder. Se dependessem de outros para o seu rendimento, o seu poder poderia desgastar-se rapidamente outra vez. Isto acontece porque eles arrecadam o seu próprio rendimento.

Os bancos centrais obtêm o seu rendimento de operações monetárias. Uma fonte muito lucrativa de rendimento é tomar emprestado quando o juro é baixo e emprestar quando é alto. Nas operações monetárias o objetivo é como se segue. Quando os juros nos bancos comerciais reduzem-se demasiado (procura baixa), o banco central empresta grandes volumes de dinheiro dos bancos. Desta forma haverá menos dinheiro deixado em circulação. Portanto, a procura por empréstimos aumentará outra vez e os juros nos bancos comerciais subirão novamente. Em outros tempos, quando os juros nos bancos comerciais ficavam demasiado altos, o banco central emprestava dinheiro aos bancos, de modo a que eles pudessem fornecer mais empréstimos aos seus clientes e finalmente os juros baixassem outra vez. Quanto maiores as diferenças nos juros entre a tomada e a concessão de empréstimos, mais elevados serão os benefícios para o banco central.

Para conseguir rendimento destas operações, a inflação é essencial. Sem inflação, as taxas de juro permaneceriam baixas. Nesse caso dificilmente haveria qualquer diferença entre juros altos e baixos. Relacionado com este comércio, os bancos centrais também expandem os seus balanços. Eles compram mais títulos (emprestam mais dinheiro) do que vendem.

Muitos bancos centrais dizem que querem manter a inflação em torno dos 2 por cento. O que querem significar com isto é um aumento de 2 por cento no Índice de Preços no Consumidor do seu país, não a inflação real do stock de moeda, a qual normalmente é um bocado mais alta.

Inflação: faz a população pagar pela utilização do dinheiro

A inflação é não só uma necessidade para o rendimento dos bancos centrais como também um meio de exercer poder sobre os utilizadores da moeda. Através da inflação monetária a população paga – mesmo contra a sua vontade – pela utilização da moeda. Os bancos recolhem juros dos tomadores de empréstimos. Por este meio apenas os tomadores dos empréstimos parecem pagar pela moeda criada. Mas vamos ver como isto funciona quando há inflação.

Através da inflação, o tomador do empréstimo tem a vantagem de que os seus pagamentos ao banco representam menos valor à medida que passa o tempo. Tais pagamentos referem-se aos juros e ao retorno do principal. Os juros constituem rendimento para o banco. Podemos estar certos de que o banco previu a inflação e cobrou um pouco mais de juros adiantadamente. Assim, para os juros, a inflação não proporciona uma vantagem ao tomador do empréstimo. Contudo, para o principal isto é diferente. O banco apenas necessita da sua quantia nominal para ser reembolsado pois, com o reembolso, apenas os números teclados, com os quais começou o empréstimo, têm de ser reduzidos a zero. A desvalorização das quantias a reembolsar pelo principal certamente é uma vantagem para o tomador do empréstimo.

A vantagem do tomador do empréstimo nos pagamentos do principal pode ser calculada separadamente para cada prestação. E quando também calculamos a inflação suportada pelos utilizadores seguintes do dinheiro criado por este empréstimo, os totais parecerão serem aproximadamente os mesmos.

 

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Neste exemplo a linha vermelha mostra a quantia total das transações efetuada com o dinheiro do empréstimo durante o tempo de vida do principal. A perda de valor da inflação é dissimulada nas 60 transações. Quando a inflação é de 2 por cento, esta é em média 0,167% por transição. A perda de valor para os utilizadores do dinheiro equivale à vantagem para o tomador.

. Dito de forma simples, se os tomadores tiverem de pagar 6 por cento de juros (sobre o principal) e tem a vantagem de 2 por cento da inflação (sobre o principal), a sua vantagem equivale a 2/6 dos juros. Os utilizadores do dinheiro perdem uma quantia igual com a inflação. Os bancos não perdem. Eles previram a inflação e cobraram um pouco mais de juros adiantadamente.

Por outras palavras, isto é o que faz a política de inflação dos banqueiros centrais: comuta uma parte do fardo dos juros dos tomadores dos empréstimos para os utilizadores. Deste modo os utilizadores pagam juros pelo uso do dinheiro!

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Manipulando inflação e juros

Com a autoridade de estabelecer inflação e juros os banqueiros centrais têm o poder. Eles podem fazer-nos poupar mais, investir mais, consumir mais, especular mais e sempre trabalhar mais arduamente.

Como mostrado acima, a inflação é juro que os utilizadores de dinheiro têm de pagar. A inflação pressiona a população a trabalhar mais arduamente e a competir para obter algum do dinheiro extra colocado em circulação e compensar a perda de valor do dinheiro que detêm.

A inflação também pressiona as pessoas a não manterem dinheiro nos seus bolsos ou sob os seus colchões, mas a gastá-lo ou levá-lo aos bancos para obter algum juro. Deste modo, a maior parte do dinheiro permanece disponível para os bancos.

Quando o juro for alto, as pessoas pouparão mais. Quando for baixo, as pessoas preferirão gastar, tomar emprestado e investir.

O que consideramos interessante fazer um momento particular depende em grande medida daquilo que o banco central quer que façamos.

 

4- Caprichos do stock monetário

Como mencionado acima, o stock de moeda que a sociedade dispõe é a quantia total dos empréstimos por liquidar. Em si mesmo isto é muito estranho. Pois o que deveria ser a relação entre os empréstimos por liquidar e a necessidade de dinheiro na sociedade? O que terá a ver a necessidade dos tomadores de empréstimos e a sua capacidade de reembolsar com a necessidade de dinheiro do resto da sociedade? Se você comprar uma casa amanhã e, com o seu empréstimo, trouxer à existência dinheiro para vinte anos, o que nada tem a ver com as necessidades da economia em dez ou quinze anos, por que isso importa?

De fato, a sociedade desfaz-se de um arriscado stock monetário, ocasionado pelos empréstimos emitidos no passado, e da parte que ainda tem de ser reembolsada. A cada dia partes são reembolsadas e novos empréstimos são contraídos. Devido ao volume gigantesco do stock monetário a população dificilmente percebe as variações. Em teoria, os bancos centrais poderiam centralizar toda a inflação acerca dos empréstimos por liquidar e saber exatamente quanto dinheiro será deixado dos empréstimos amanhã, dali a dois dias ou dali a dez dias. Contudo, como mencionado acima, esta não é a política dos bancos centrais. Eles apenas fazem o stock de dinheiro crescer.

Há teorias que dizem que sem inflação a economia não poderia ser pilotada. Um dos argumentos chave é que, quando o stock monetário não aumenta os salários não podem ser rebaixados quando necessário devido a uma adversidade econômica. "Os salários pagos teriam de ser reduzidos e os empregados nunca aceitariam isso". E "quando o stock de moeda aumenta os cortes nos salários podem ser escondidos deixando que os salários aumentem menos rapidamente do que a inflação". Assim, entendem os proponentes destas teorias, aquela inflação é o trapacear do povo e, argumentam, não pode ser de outra forma. Mas a sua teoria não é verdadeira. Pois, com um stock monetário estável, alguns preços ascenderiam enquanto outros reduzir-se-iam. A aceitação do povo de variação nos salários seria muito diferente da situação de hoje, em que, desde há décadas, os preços apenas ascendem. Além disso, com um stock de moeda estável, é mesmo possível manter os salários pagos estáveis durante uma adversidade econômica se durante a prosperidade econômica o rendimento extra for formado por participações em lucros e reduções fiscais.

O sistema monetário de hoje não começou de uma quantidade de moeda que fosse ajustada às necessidades da economia. O sistema de hoje apenas garante que os bancos recolham juros sobre todo o dinheiro existente, que a competição entre eles provoque a máxima inflação monetária e que os bancos centrais assegurem o seu rendimento e poder. O estímulo da economia consiste de simplesmente de um pouco mais ou um pouco menos de juro e inflação. Pois o resto da economia deve lidar com o dinheiro que acontece estar ali num momento particular.
 

5- A guerra contra o Iraque

O dinheiro é expresso em divisas. Cada país tem uma divisa oficial. Nos EUA é o dólar. O dólar também é um bocado utilizado fora dos EUA. Desde 1973 a quantidade de dólares fora dos EUA aumenta cada vez mais rapidamente. Metade das suas importações são pagas com dólares, pelos quais os EUA nada entregam em retorno. Aqueles dólares permanecem no exterior indefinidamente. Deste modo os EUA compram a cada minuto 1,25 milhão de dólares de bens e serviços de outros países, pelos quais os outros países nada obtém em retorno. As quantias são simplesmente acrescentadas à dívida externa. Esta dívida é tão alta agora que os EUA não podem resgatá-la mais. Assim, os EUA estão em bancarrota. Uma das principais razões porque todo o mundo ainda quer dólares é porque quase todo o gás e petróleo no globo tem de ser pago em dólares. Deste modo, os EUA também têm a vantagem de que podem sempre dispor livremente destas reservas de gás e petróleo. Pois os EUA podem sempre criar tantos dólares quanto quiserem para pagar pelas mesmas. Assim, para manter a procura mundial por dólares e dispor livremente das reservas de gás e petróleo, os EUA tentam garantir que os países da OPEP continuem a vender o seu petróleo em dólares. Contudo, o Iraque, que dispõe das segundas maiores reservas de petróleo do mundo, comutou para o Euro em 6 de Novembro de 2000. Embora os EUA procurassem durante muitos anos um meio de restabelecer a sua influência no Iraque, a guerra tornou-se inevitável por causa desta comutação para o Euro. O dólar afundou em toda a parte e em Julho de 2002 a situação tornou-se tão séria que o FMI advertiu que o dólar poderia entrar em colapso. Uns poucos dias mais tarde os planos para um ataque foram discutidos na Downing Street. Um mês depois Cheney proclamou estar seguro de que o Iraque tinha armas de destruição em massa. Com este pretexto os EUA invadiram o Iraque em 19 de Março de 2003. Os EUA restabeleceram o comércio de petróleo em dólares a 5 de Junho de 2003. Assim, agora, pelo menos financeiramente, os EUA dispõem livremente das reservas de petróleo iraquianas outra vez. (E enquanto jornalistas em Bagdad jornalistas relatam acerca da guerra, em Bassorá o petróleo é exportado em dólares). A partir da Primavera de 2003 o Irã também comutou para o Euro e desde 8 de Junho de 2006 a Rússia vende o seu gás e petróleo em rublos. Nota: por trás do conflito dos EUA com o Irã há mais do que um conflito de divisas. Nos bastidores também está a formação de um cartel no mercado mundial de combustível nuclear. Pode ler mais acerca disto em "Raid on nuclear fuel market").
 

6- Opressão de países do Terceiro Mundo

A vantagem das importações gratuitas (1,25 milhão de dólares por minuto) só se aplica quando os dólares ficam no exterior permanentemente. Se outros países os utilizassem para comprar bens e serviços dos EUA, então não haveria vantagem. Mas desde há 30 anos os EUA importam mais do que exportam. Como mais ninguém, eles dominam a arte de manter os dólares no exterior.

Exemplo: o Banco Mundial e os FMI fornecem empréstimos em dólares a países do Terceiro Mundo desde a década de 1960. A política é fornecer tantos empréstimos quanto possível, de modo que estes países nunca serão capazes de reembolsá-los. Deste modo eles ficam eternamente enterrados em empréstimos e encargos de juros crescentes. Assim, a chamada "ajuda" a países em desenvolvimento é nada mais do que opressão. E o trombeteado alívio da dívida por parte dos países industrializados dificilmente chega a 1 por cento.

 

7- A arma da China

O governo chinês não quer livre comércio com dólares dentro do seu país. Os dólares ganhos pelos exportadores chineses são trocados contra moeda local pelo Banco Central Chinês. O Banco Central Chinês tem um enorme stock de dólares. Em Março de 2007 cerca de 1 milhão de milhões de dólares. Isto constitui de fato uma arma bastante efetiva contra eventual agressão dos EUA. Quando a China quiser, ela poder oferecer cargas de dólares nos mercados de câmbio e empurrar a taxa do dólar para baixo, ou até mesmo fazer com que o dólar entre em colapso imediato.
 

8- Inflação e crescimento econômica

Nosso sistema monetário, dominado por bancos, juros e inflação, já existia quando nascemos. Ele faz parte da nossa envolvente natural. É por isso que é difícil ver que influência tem na nossa vida e na nossa sociedade. Tudo o que pudéssemos dizer acerca disto poderia ser facilmente julgado como normal. Não conhecemos melhor. Os efeitos do sistema estão por toda a parte, mesmo na nossa forma de pensar e nas nossas convicções.

Assim, consideramos auto-evidente que a economia só possa ser sã quando está a crescer. O conceito de "crescimento econômica" foi canonizado por economistas, políticos e toda a gente que entende ou pensa que entende a sociedade. Na Europa Ocidental e na América do Norte esforçámo-nos com êxito pelo crescimento econômica desde o arranque da revolução industrial. O sistema comprovou-se.

Não é um acaso que o nosso sistema monetário esteja baseado na inflação eterna e a nossa economia no crescimento eterno. Alguns banqueiros espertos conceberam o sistema desta forma no princípio do século passado. Juros e inflação constituiriam um rendimento permanente para os bancos, como contra-partida do malabarismo de simplesmente extraírem dinheiro dos seus chapéus. Os empréstimos conduziriam a mais atividade econômica. Governos e populações viriam e implorariam por mais empréstimos. Isto ajusta-se perfeitamente nos desenvolvimentos da área industrial. A mecanização, mineração, agricultura extensiva, recursos coloniais, aumentos de escala, competição entre países, guerras e reconstruções, o crescimento explosivo das populações, trabalhadores estrangeiros, mulheres no trabalho, o desenvolvimento do sector de serviços, o boom na tecnologia dos computadores, tudo isto leva ao crescimento econômica. Crescimento econômica era sinônimo de prosperidade. Hoje, na Europa Ocidental, ainda falamos em termos de crescimento econômica. Devido à redução do crescimento populacional isto agora só pode ser obtido por uma pressão cada vez maior no trabalho por empregado. Os caminhos do crescimento econômica e da prosperidade divergem.

A inflação funciona como a cenoura diante do focinho do burro. Todos começam a correr mais arduamente a fim de obter algum do dinheiro extra que foi colocado em circulação. E enquanto a correr, ninguém escapa ao pagamento pela utilização do dinheiro. Graças à inflação todos participam no pagamento de juros aos bancos. E se, em consequência de todos nós corrermos mais intensamente, nos tornarmos mais ricos, podemos ter quase a certeza de que os juros serão aumentados. No jargão bancário diz-se então que a economia está super-aquecida e tem de ser arrefecida. Até devermos correr mais intensamente outra vez.

Expansão à escala mundial

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Enquanto isso os próprios bancos tornaram-se extravagantes. Com os seus truques malabares eles conquistaram o mundo. Por toda a parte os bancos tomaram o poder sobre o dinheiro e fazem a população pagar os juros e a inflação. Por toda a parte, excepto na China, os bancos centrais conseguiram leis especiais a fim de estabelecer – independentemente da vontade do governo local – o nível de juros e de inflação. Após a Europa Ocidental e a América do Norte outros países estão agora a desenvolver a sua economia. Para os bancos isto significa que novos governos e populações, as quais querem dinheiro tirado do chapéu.

De fato não faz grande diferença se os bancos centrais são privados ou bancos estatais. Praticamente todos eles obtiveram um status especial que lhes garante um alto nível de independência em relação ao governo local. Juntamente com os bancos comerciais, eles determinam quantos empréstimos são emitidos, quanto dinheiro a sociedade dispõe e quanto a população tem de pagar.
 

.9- Crescimento ulterior ou uma sociedade sustentável?
 

A política da maior parte dos bancos centrais é baseada no crescimento permanente do stock de dinheiro. Na Europa Ocidental e na América do Norte este crescimento do dinheiro acompanhou o crescimento da economia e o crescimento da população. Enquanto isso, o mundo mudou bastante. A expansão explosiva da população e a expansão de atividades econômica aumentou tremendamente a pressão sobre o ambiente. Áreas férteis foram ocupadas pelos humanos. Florestas foram transformadas em terra agrícola e cidades. Muitas espécies foram exterminadas. A maior parte do peixe dos mares e oceanos foi pilhada. Com o rápido crescimento da população mundial a poluição de solos, água e ar ainda aumenta mais. Em muitos lugares há escassez de alimentos e água potável. Os prognósticos indicam que, com as tendências atuais, a população mundial continuará a crescer rapidamente e chegará mesmo a duplicar. As linhas no gráfico foram desenhadas como se isto fosse possível...

Limites do crescimento

A Terra não cresce juntamente com a expansão das nossas economias e populações. Pela primeira vez na história humana encontramos os limites. Naturalmente, não temos qualquer idéia do que fazer. A igreja e o Estado sempre costumavam pregar crescimento. Os banqueiros também gostam do crescimento. Limites à população mundial? Ninguém no poder ousa queimar os dedos com este assunto.

Onde está este limite? Isto depende do que queremos como humanidade. Se quisermos alcançar a qualidade vida mais alta possível – para nossos filhos e netos – não deveríamos sobrecarregar a Terra mais do que o estritamente necessário. Deveríamos esforçar-nos por uma população mais pequena. Isto também afastaria a principal razão para conflitos e guerras.

A política de hoje é completamente oposta às necessidade de uma sociedade pacífica e sustentável. O sistema monetário desempenha um papel chave. São necessárias reformas. Quanto mais tempo esperarmos, mais difícil se tornará o futuro.

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