O número de
ouro, também conhecido pela letra grega (phi)
e representada pelo número 1,618, tem
fascinado intelectuais de diferentes
interesses, durante pelo menos 2.400 anos.
Não se sabe ao certo a data de sua
descoberta, entretanto um dos registros mais
antigos de seu estudo e utilização situa-se
no século V a.C com um dos maiores
matemáticos de todos os tempos, Pitágoras.
Pelos indícios
históricos, é razoável supor que este número
talvez tenha sido descoberto e redescoberto
diversas vezes, o que explica o porquê dele
apresentar vários nomes: proporção áurea,
número de ouro, número áureo, proporção
dourada, razão áurea, razão de ouro, divina
proporção, proporção em extrema razão,
divisão de extrema razão, ou, simplesmente,
F (phi).
À medida que o
tempo passava, esse intrigante número
fascinava gerações e gerações de grandes
pensadores. Freqüentemente a proporção de
1,618 era utilizada não só por grandes nomes
da matemática, como Pitágoras, Euclides,
Leonardo De Pisa (Fibonacci); como também da
arquitetura de antigas civilizações maias no
deserto de Yucatán, no norte do México,
assim como por Phidia, Le Corbusier; da
psicologia, por Platão; da pintura, por
Leonardo Da Vinci, Giotto, Salvador Dalí; da
música, por Bach, Mozart e Beethoven; da
literatura, por Homero; ou simplesmente na
razão de seus olhos para sua face, ou de seu
fêmur para sua perna, ou nos lados de seu
cartão de crédito, na Acrópoles em Atenas,
no símbolo da National
Geographic e etc... De fato, é provável que
seja justo dizer que o Razão Áurea tem
inspirado pensadores de todas as disciplinas
como nenhum outro número na história da
matemática.
Mesmo sendo de
origem desconhecida, sua onipresença é um
fato que surpreende. Tanto na natureza como
em obras realizadas pelo homem a proporção
de 1,618 pode ser facilmente encontrada,
como por exemplo: no comportamento dos
átomos, nas espirais das galáxias, na
refração da luz, nas ondas do oceano, nos
furacões, no crescimento das plantas, nas
conchas dos caramujos nautilus,
nas escamas dos peixes, nas populações de
abelhas, nos marfins dos elefantes, nas
partes do corpo humano, na arte, na
literatura, na música, na arquitetura, no
design, no produtos industrializados e nas
oscilações de preços do mercado financeiro.
Porém, foi Leonardo Pisano
ou Leonardo de Pisa (1170-1250) - também
conhecido como Fibonacci após a sua morte -
que a utilizou em larga escala.
Matemático
italiano, dito como o primeiro grande
matemático europeu depois da decadência
helênica, é considerado por alguns como o mais
talentoso matemático da Idade Média. Ficou
conhecido pela descoberta da Seqüência de
Fibonacci e por
seu papel na introdução dos algarismos
árabes na Europa.
O apelido da família de seu pai foi "Bonacci"
(homem de boa natureza) e ele mesmo,
Fibonacci, vem de filho de Bonacci. O seu
pai dirigia um escritório comercial no norte
da África e o jovem Leonardo muitas vezes
viajou com ele; lá, dos árabes, ele conheceu
o sistema de numeração hindu.
Fibonacci convenceu-se da superioridade dos
algarismos árabes em comparação aos
algarismos romanos, que eram utilizados
pelos europeus à época. Para compreender
esta superioridade basta tentar efetuar a
divisão de 4068 por 12, ou a multiplicação
destes mesmos números com a numeração
romana.
Viajou através dos países mediterrâneos para
estudar junto a conhecidos matemáticos
árabes de seu tempo. Em 1202, com 32 anos de
idade, publicou Liber Abaci, Livro do Ábaco,
que chegou a nos graças a sua segunda edição
de 1228. Este livro contém uma grande
quantidade de assuntos relacionados com a
Aritmética e Álgebra da época e realizou um
papel importante no desenvolvimento
matemático na Europa nos séculos seguintes
pois por este livro que os europeus vieram a
conhecer os algarismos hindus, também
denominados arábicos. A teoria contida no
livro Liber Abacci é ilustrada com muitos
problemas que representam uma grande parte
do livro.
Esclareceu o sistema de posição árabe dos
números, inclusive o número zero. Este livro
mostrou a oportunidade prática do novo
sistema numeral, aplicando-o em
contabilidade comercial, conversão de pesos
e medidas, cálculo de percentagens e câmbio.
O livro foi aceito com entusiasmo pela
Europa educada e teve profundo efeito no
pensamento europeu. Este elegante sistema de
sinais numéricos, em breve, trocou o não
mais oportuno sistema de algarismos romanos.
A Seqüência de Fibonacci
A
contribuição de Fibonacci para o
número de ouro surgiu com um estudo que ele
efetuou sobre o crescimento da população de
coelhos. O matemático percebeu que a
seqüência formada pelos números de filhotes
gerados mês a mês (1, 2, 3, 5, 8, 13, 21,
34, 55, 89, 144, 233, 377...), era o
resultado da soma dos dois anteriores. E
mais: dividindo um número pelo anterior
obtinha-se resultados que convergem para
1,618 ou 61,8%. Leonardo então concluiu que
a razão de 1,618 não só representava uma
constante de crescimento de cada ninhada de
coelhos, como também era uma constante
universal de crescimento e evolução da
natureza.
Enfim; a Seqüência de
Fibonacci consiste em que,
começando pelos números 1 e 2, os números
seguintes são obtidos através da soma dos
seus dois antecessores. Os números portanto
são: 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144,
233, ...
O número 61,8%
Agora divida os números da seqüência pelos
seus sucessores, ou seja: 1/2, 2/3, 3/5,
5/8, 8/13, 13/21, 21/34, 34/55, 55/89...
A partir da 7ª
interação, como por um
design inteligente, você encontra ad-infinitum o
exato número 0,618...
ou seja: 61,8%.
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